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Tive COVID, e agora!? Quais os cuidados para o retorno seguro à prática de exercícios físicos?

Atualizado: 8 de fev. de 2022




"O retorno à atividade física deve acontecer apenas para pacientes RECUPERADOS e ASSINTOMÁTICOS por pelo menos 7 dias, e deve seguir um retorno gradual organizado em 5 fases"


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Autor: Leonardo Carvalho Caldas


A pandemia de COVID-19 acabou despertando no brasileiro uma maior preocupação com a saúde. Apesar dos desafios impostos pela necessidade de isolamento social, muitos estão agora tentando iniciar ou retornar à prática de atividade física.

O aumento da aptidão cardiorrespiratória, que é um dos benefícios induzidos pelo exercício físico regular, parece estar associado a um menor risco de hospitalização induzido pelo vírus Sars-CoV-2 (COVID-19). Além disso, a atividade física regular é reconhecida por trazer diversos benefícios à saúde, como perda e/ou manutenção do peso corporal, redução do risco de mortalidade e prevenção de doenças crônicas (ex: diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e metabólicas). Aliás, várias das doenças crônicas são fatores de risco para agravamento da COVID-19. Portanto a atividade física regular tem um papel importante no combate aos efeitos do COVID-19.

Antes de iniciar uma rotina de exercícios físicos é sempre importante passar por uma anamnese inicial que permita identificar e mensurar possíveis fatores de riscos e doenças pré-existentes. Isso permitirá uma prescrição segura relacionada ao tipo, intensidade, volume e progressão do exercício físico mais adequado para cada pessoa.

Uma anamnese adequada pode ser aplicada por profissionais de educação física, o qual poderá usar alguns modelos já bem estabelecidos na literatura (ex: PAR-Q, Questionário da AHA/ACSM) (ACSM, 2018).

Em alguns casos, quando presente sinais e sintomas de doenças cardiovasculares, metabólicas, respiratórias ou musculoesqueléticas importantes, poderá ser necessário avaliação por especialistas (ex: médicos, fisioterapeutas, psicólogos).

Observações prévias a partir de pacientes que se recuperaram da COVID-19 também indicam para a necessidade de uma anamnese em todos os pacientes que se recuperaram da contaminação, incluindo aqueles fisicamente ativos.

Isso porque podem apresentar complicações potenciais de longo prazo com sequelas importantes, como lesões cardíacas induzida por miocardite viral, complicações respiratórias incluindo embolia pulmonar, fibrose pulmonar, prejuízos na função pulmonar com redução da capacidade de realizar exercícios por até 12 semanas após alta hospitalar, complicações psicológicas como transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade e depressão (Al-Jahdhami et al., 2021; Gupta et al., 2020; Varatharaj et al., 2020; Mazza et al., 2020).

Recentemente Salman & Cols (2021) apresentaram um guia de orientações para avaliar e orientar pacientes e profissionais quanto a prática de atividade física.

As orientações incluem anamnese para estratificação de risco e melhor direcionamento de pacientes com sequelas importantes pós COVID-19, e, adiante, orientações quanto à intensidade, duração e progressão do exercício físico em pacientes pós COVID-19.

Pacientes que dependem de tratamento hospitalar ou que apresentem sinais ou sintomas de doença cardíaca como dor no peito, palpitações, falta de ar grave ou síncope devem ser orientados a procurar um cardiologista para avaliação do risco da atividade física.

Pacientes com problemas respiratórios, gastrointestinais e psicológicos importantes poderão ter que buscar um especialista antes de retornar à atividade física.

O retorno a atividade física deve acontecer apenas para pacientes RECUPERADOS e ASSINTOMÁTICOS por pelo menos 7 dias, e deve seguir um retorno gradual organizado em 5 fases. Cada fase sendo composta de pelo menos 7 dias de duração, iniciando com exercícios leves nas fases 1 a 2, intensidade moderada nas fases 3 e 4 fases, e retorno ao nível e atividade física habitual apenas na fase 5.

Abaixo seguem três importantes ilustrações: A primeira mostra o algoritmo que deve ser contemplado na anamnese para tomada de decisão que antecede a qualquer atividade física regular; A segunda é sobre a progressão de atividade física, contendo 5 fases de 7 dias cada; A terceira é uma ilustração sobre a escala de percepção de esforço que deve ser usada para orientar a intensidade do esforço.

Antes de você olhar cada ilustração, segue uma orientação importante: Caso você esteja querendo regressar às suas atividades físicas regulares, mas não é um profissional com condições de interpretar todas essas informações, procure primeiramente um profissional de educação física para ajudá-lo.

Como estamos diante de uma crise sanitária em que a produção de conhecimento é muito recente, é possível que a maior parte dos profissionais de educação física ainda não conheça essa orientação, mas se você compartilhar essa postagem com eles/elas, certamente serão capazes de interpretar e te orientar corretamente sobre esse passo-a-passo.

Agora sim, segue abaixo as ilustrações:






Compartilhe essa postagem para ajudar o máximo de pessoas possíveis, e até o próximo post!







Clique aqui e acesse videoaulas no 'Canal Prof. Wellington Lunz'.


REFERÊNCIAS:

Todas as referências desse post estão 'linkadas' aos autores dentro do texto.

 

Leonardo Carvalho Caldas é Graduado e Mestre em Educação Física pela UFES, e atualmente é aluno de doutorado no mesmo programa de pós graduação. É Professor na faculdade Pitágoras de Linhares e técnico esportivo na prefeitura da Serra. Tem interesse em pesquisas na área do treinamento de força.


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