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Não jogue seu dinheiro no MTor (ou LIXO)

Atualizado: 27 de jun.



Prof. Dr. Wellington Lunz

Quanto custa uma consulta nutricional?” Eu poderia fazer a mesma pergunta para qualquer outra profissão, mas hoje minha história tem a ver com ‘nutricionista’. E com tomada de decisão inteligente. E calma que você já vai entender a relação com o suplemento MTor.

A resposta que costumamos dar a essa pergunta (Quanto custa uma consulta nutricional?) é de que não é um custo, mas ‘investimento’ para a saúde. Mas de tanto respondermos que é investimento, as pessoas já colocaram esse conselho no escopo das coisas que não ecoam mais nas dobras corticais do cérebro.

Acho até que já nem ouvem mais. É o tipo de conselho que entra por um lado do meato acústico de uma orelha, e sai pelo outro, sem vibrar o trio ‘martelo, bigorna e estribo’.

Mas a história de hoje é para mostrar que além de investimento é também ‘economia’.

Vejo com tristeza o tanto de gente torrando milhares de reais em suplementos que valem NADA (leia esse post depois), sendo que consultas nutricionais com uma ou um nutricionista expert faria a pessoa economizar milhares de reais. Vamos à história. E hoje é rápido, prometo.

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Recentemente eu fiz um post sobre a promíscua relação entre farmacêuticas e médicos (esse); na ocasião, dei ênfase à sacanagem do HMB glamourizado na forma de uma caixinha azul chamada MTor. Depois dedique uns minutos na leitura (link), pois poderá salvar uma grana sua, de amigos ou de familiares.

Primeiro devo advertir que não generalizarei o/a nutricionista, assim como eu não generalizo profissionais de outras profissões. Vou falar especificamente de quem tem formação sólida, experiência e ética. Acho que o post do MTor é um bom exemplo do que eu quero dizer.

Por preocupações éticas, também não darei informações que permitam identificar as personagens da história. Vamos lá!

Uma nutricionista muito experiente em casos clínicos (entre outras coisas) foi recentemente fazer um atendimento domiciliar. O caso demandava. Tratava-se de uma senhora bastante idosa e debilitada pelo impiedoso tempo.

Um caso de desnutrição causado por dificuldades relacionadas à incapacidade motora do ato de mastigar. O ideal, claro, seria que a família tivesse procurado a nutricionista antes; mas, nesse caso, talvez a família tenha sido desorientada. Talvez até tenha sido iludida pelo status social dado a algumas profissões em detrimento de outras. 

A nutricionista investigava o histórico clínico da idosa, quando a família apresentou a ela a prescrição de um suplemento que havia recebido de um médico. Agora adivinhe qual era o suplemento? Um doce para quem acertar!

Simmmm, o MTor. Caso você não seja alguém que me acompanhe por aqui (e já deixo o convite para se inscrever na Newsletter), não deixe de ler esse post que fiz recentemente. Isso ajudará a entender meu tom de deboche. Sabe quanto pagaram em uma caixinha? 

Aproximadamente 300 reais. E estava prescrito para a família comprar mais uma caixa. Seriam 600 reais no LIXO. 

Não sei exatamente qual é o valor da prestação de serviço da nutricionista desta história, mas tenho absoluta certeza de que se a família a tivesse chamado antes de comprar o primeiro MTor, só o dinheiro economizado teria pagado com bastante sobras o atendimento nutricional.

E para além da economia, teriam ganhado os benefícios das orientações práticas e nutricionais, que são feitas a partir de cálculos precisos delimitados pelo conhecimento científico acumulado, o que teria ajudado a postergar ou evitar aquele tipo de deterioração da saúde da idosa.

E toda vez que eu vejo coisas como essas eu fico muito triste, porque poderiam ser evitadas. E seria mais barato evitar.

Vejo tanta gente me falando que usa isso ou aquilo porque viu um influencer no Instagram ou no YouTube, cuja a “certificação” profissional que mais conta desse influencer é ter muitos milhares ou milhões de seguidores. E qual é a relação entre número de seguidores e qualidade profissional?

Por exemplo, tem crescido muito o número de influencers criados por inteligência artificial. São personagens fictícios, mas que acumulam muitos milhares de seguidores. Um caso recente e famoso é o perfil Emily Pellegrini. Uma “modelo” criada por inteligência artificial, que após 4 meses de criada já acumulava mais de 200 mil seguidores. Recomendo a leitura dessa reportagem aqui. E seu criador tem lucrado com a invenção.

Fica claro que para ter seguidores basta entregar o que a audiência quer. E se a maioria da audiência quisesse conhecimentos elaborados, quase todos os programas de TV e vídeos do YouTube já teriam sido sepultados há décadas.

Claro, sempre há excessões. Mas considero quase impossível eu me tornar um influencer. Por exemplo, eu insisto com os meus e minhas estudantes que NÃO estou na Universidade para entregar o que eles querem, mas sim o que eles precisam para alcançar uma formação sólida. Senão era só rolar a bola, aumentar a área do gol e retirar o goleiro da frente.

O caso Emily é apenas um de muitos. E talvez seja o caso menos ruim, pois pior mesmo são os perfis reais com formação real na área (ou coisa parecida), mas que não passam de vendedores de esperança.

Devo alertar que a esperança NÃO é a última que morre. A esperança é frequentemente aquilo que NÃO nos deixa morrer. Há prova científica disso. Entretanto, essa característica da esperança pode ser usada para o mal. Veja:

Temos na história da humanidade crimes de dimensões sociais inimagináveis (ex: holocausto) e crimes circunscritos a um pequeno território (ex: maníaco do parque do Ibirapuera) em que os criminosos instrumentalizaram a esperança (pela liberdade) para conter a revolta das vítimas.

Estou dando exemplos de crueldades terríveis de relembrar, mas é no sentido de evidenciar como a esperança pode ser usada de má fé. No âmbito comercial, vender esperança funciona sempre para o vendedor.

Para concluir, em vez de muitos milhares de seguidores eu prefiro quem tenha muitas milhares de horas de estudo e vivência real bem calibrada pela jornada da vida. E esse post é um registro prático do porquê é melhor essa preferência.

[Um parênteses para uma breve história dentro dessa história: Após eu ter publicado este post, uma pessoa fez contato no dia 05.03.2024 e relatou o seguinte (copiei, voltei aqui e colei... só retirei as coisas necessárias para garantir o anomimato dela):


Boa noite! Estou, surpresa, com o conteudo que li! Uso o MTOR , há mais de 1 ano. Muito caro, e, não vi, ainda, nenhuma melhora. fui diagnosticada, em 2021, com osteoporose severa (...). Estava, consultando preço mais acessivel do MTOr e, ainda, não comprei, ao ler, essa mensagem. Preciso ugente falar com alguem.. resido em sao paulo capital, vila mariana Deus abencoe !!!


Eu dei algumas orientações para ela. E apesar da tristeza de eu ter visto mais essa covardia, pois o HMB não tem relação com massa óssea (mesmo se tivesse, dá pra comprar por 30 reais; não precisa pagar 300), fico mais confortável em saber que esse post possa impedir que o suado dinheiro dessa pessoa vá abastecer bilionários despudorados.

E se você gostou, compartilhe e curta para ajudar a projetar o Blog e alimentar minha motivação. E quem quiser receber as novas postagens deste Blog, basta clicar aqui para se inscrever na Newsletter.

E em tempos de escritas por inteligência artificial (ex: chatGPT e Gemini), vale dizer que essa postagem NÃO usa isso. É feita exclusivamente das minhas leituras e interpretações ao longo da minha trajetória. E quem quiser citar essa postagem, pode ser mais ou menos assim:

Lunz, W. Não jogue seu dinheiro no MTor (LIXO). Ano: 2024. Link: https://www.wellingtonlunz.com.br/post/para-que-serve-o-mtor [Acessado em __.__.____].

Clique aqui para conhecer os posts anteriores.


 
professor wellington lunz

Autor: Wellington Lunz é o proprietário desse Blog e do site www.wellingtonlunz.com.br. Aqui transmite conhecimentos baseados em evidência sobre hipertrofia muscular, treinamento de força, musculação, fisiologia do exercício, flexibilidade entre outros. É bacharel e licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Ciências Fisiológicas. Atualmente é Professor Associado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Contato pelo site, e-mail: welunz@gmail.com.br  





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